terça-feira, 22 de setembro de 2015

A música esta em todos os lugares e varias formas, porém nem todos a percebem. Há vários estudos que comprovam sua interferência nas áreas comportamental e biológica do individuo.
Abaixo segue uma imagem de como música, ondas sonoras, chegam ao cérebro e como agem de forma diferente em cada parte dele. 



Créditos da imagem ao jornal O tempo <<http://www.otempo.com.br/infogr%C3%A1ficos/como-a-m%C3%BAsica-age-no-c%C3%A9rebro-1.797930)>>

domingo, 6 de setembro de 2015

Sound Surrounds


“O som é o meio imersivo por excelência. Tridimensional, interativo e sinestésico, percebido no aqui e agora de um espaço incorporado, o som retorna ao ouvinte aquela sensação de estar aqui e agora, engolfado, envelopado, absorvido, enredado, enfim, imerso em um ambiente. O som rodeia [Sound surrounds]. Suas características fenomenais – o fato de ser invisível, intangível, efêmero e vibracional – coordenam com a fisiologia das orelhas, criando uma experiência perceptiva profundamente diferente do sentido da visão dominante. Enquanto os olhos têm um campo visual de 180 graus, projetados na frente do sujeito, as orelhas cobrem uma extensão de 360 graus, ouvindo tudo ao redor. Enquanto os olhos podem ser fechados, bloqueando visões indesejadas, as orelhas não têm pálpebras. Enquanto a visão posiciona o sujeito simbolicamente como o diretor do que vê, sempre olhando à frente e em direção ao futuro, a audição subverte este papel: o ouvinte não pode controlar o que normalmente se ouve, o que é murmurado “atrás das minhas costas”. Imerso no som, o sujeito perde seu ‘eu’ e, de diversas maneiras, perde seu sentido. Como a audição não é um sentido discreto, ouvir é também ser tocado, física e emocionalmente. Sentimos os sons graves vibrarem no estômago e entramos em pânico; sons agudos abruptos nos fazem hesitar involuntariamente; um grito agudo é angustiante: o som tem efeitos físicos óbvios e imediatos. Pela audição, pode-se engajar numa sinergia com o mundo e os sentidos, uma escuta/toque que é a essência do que chamamos de reação visceral – uma resposta simultaneamente fisiológica e psicológica, corpo e mente. Estas características desafiam os fundamentos da metafísica e da cultura ocidental em geral, questionando o status do objeto e do sujeito simultaneamente. Por conta disso, o aural tem sido mutado, idealizado, ignorado e silenciado pelas mesmas palavras usadas para descrevê-lo. ‘Som’ – o termo em si – já é abstrato: há som como há atmosfera; como uma neblina, que desaparece quando se aproxima dela, escapando do discurso assim que encontra a pele. O som, transportando divisões culturais entre linguagem e balbucio, música e ruído, voz e efusões corporais abjetas, resiste à teorização, invocando também noções tecno-gnósticas (emprestando o termo de Coyne) de transcendência que obscurecem as origens culturais e tecnológicas da mídia sonora.”

(tradução feita pelo Ramiro Murillo)

segunda-feira, 31 de agosto de 2015

Vozes gravadas na oficina para análise harmônica dos timbres

[SND]LE_AH.wav01-Sep-2015 00:04 512K 
[SND]LE_EEH.wav01-Sep-2015 00:04 517K 
[SND]LE_IH.wav01-Sep-2015 00:04 517K 
[SND]RA_AH.wav01-Sep-2015 00:04 367K 
[SND]RA_EEH.wav01-Sep-2015 00:04 377K 
[SND]RA_EH.wav01-Sep-2015 00:04 388K 
[SND]RA_IH.wav01-Sep-2015 00:04 388K 
[SND]RA_MM.wav01-Sep-2015 00:04 600K 
[SND]RA_OH.wav01-Sep-2015 00:04 334K 
[SND]RA_UH.wav01-Sep-2015 00:04 464K 
[SND]RO_AH.wav01-Sep-2015 00:04 604K 
[SND]RO_OH.wav01-Sep-2015 00:04 550K 
[   ]vozes.zip01-Sep-2015 00:08 4.5M 

Roteiro para experimento utilizando o software praat


Experimento – série harmônica


“Dificílimo acto é o de escrever, (...) mas, por muito que se esforcem os autores, uma habilidade não podem cometer, pôr por escrito, no mesmo tempo, dois casos no mesmo tempo acontecidos. Há quem julgue que a dificuldade fica resolvida dividindo a página em duas colunas, lado a lado, mas o ardil é ingênuo, porque primeiro se escreveu uma e só depois a outra, sem esquecer que o leitor terá de ler primeiro esta e depois aquela, ou vice-versa, quem está bem são os cantores de ópera, cada um com a sua parte nos concertantes, três quatro cinco seis entre tenores baixos sopranos e barítonos, todos a cantar palavras diferentes, por exemplo, o cínico escarnecendo, a ingénua suplicando, o galã tardo em acudir, ao espectador o que lhe interessa é a música, já o leitor não é assim, quer tudo explicado, sílaba por sílaba e uma após a outra, como aqui se mostram.” (José Saramago, A jangada de pedra)

I - Um som – Muitos sons


A) som + som = som

1- Vamos gerar algumas ondas harmônicas. Procedimento: Menu “New” Sound” “Create Sound...”. No espaço “Formula”, escreva:
1/2 * sin(2*pi*f*x)”,
onde a letra f representa o valor da freqüência desejada (por que?) e x representa o tempo. Repita esse procedimento várias vezes, gerando sons com as seguintes freqüências: f=220 Hz (lá) ; f=233 Hz (lá#) ; f=330 Hz (mi) ; f=440 Hz (lá).
2- Selecione todos os sons e clique no botão “Play” para ouví-los.
3- Selecione um dos sons e clique no botão “Edit” para visualizá-lo. Selecione uma pequena parte da onda e clique no botão “sel” para vê-lo em zoom.
4- Meça a periodicidade dessa onda. Verifique que o resultado está coerente com a freqüência do som.
5- Agora vamos somar dois sons. Crie um novo som em que, no espaço fórmula, esteja escrita a seguinte expressão:
1/2 * sin(2*pi*f1*x) + 1/2 * sin(2*pi*f2*x)”,
em que f1 e f2 são as freqüências que iremos somar. Utilize sempre f1=220 Hz (freqüência fundamental). Para f2, substitua os seguintes valores: f2=233 Hz (“batimento”); f2=330 Hz (“quinta”); f2=440 Hz (“oitava” – do ponto de vista da física, segundo harmônico); f2=660 Hz (“quinta2” – do ponto de vista da física, terceiro harmônico).
6- Ouça os sons produzidos. Em seguida, edite cada um deles, procurando analisar sua forma e determinar o valor do período (e, a partir dele, da freqüência) de cada um dos sons produzidos.

B) som = som + som
1 – Selecione o som “mi” (f=330 Hz). Clique no botão “Spectrum” “To Spectrum...”. Desabilite a seleção da opção “fast” e clique em “ok”. Selecione o novo objeto gerado e clique em “Edit” para visualizá-lo. Trata-se de um espectro de freqüências. Note que há um pico na freqüência que caracteriza o som.
2 – Agora selecione o som “quinta” (f1=220 Hz e f2=330 Hz). Realize procedimento idêntico ao do ítem 1. Analise o espectro de freqüências desse som.
3 – Vamos analisar agora o espectro de freqüências da sua voz. Clique em “New” “Record mono sound ...”. Clique em “Record” e produza um “a” durante alguns segundos. Clique em “Stop”, dê o nome “a” para o som e clique em “Save to list”. A seguir produza um “e” durante alguns segundos (de preferência, na mesma nota em que você produziu o “a”).
4 – Selecione o som “a” e clique em “Edit” para visualizá-lo. Analise sua forma e determine seu período e freqüência. Feche a janela de edição do som e, com o som “a” selecionado, clique em “Spectrum” “To Spectrum”. Selecione o novo objeto gerado e clique em “Edit” para visualizá-lo. Analise os diversos picos presentes no gráfico. Em especial, amplie a região de freqüências mais baixas e veja o valor da freqüência do “primeiro pico” (menor freqüência – chamada freqüência básica). Observe se há alguma relação entre essa freqüência e a freqüência dos demais picos (chamados harmônicos).
5 – Selecionando uma região do espectro e clicando com o mouse na região selecionada, você pode ouvir o som correspondente àquelas freqüências somadas. Assim, você pode selecionar bandas cada vez mais largas de freqüências (partindo das freqüências mais baixas e cada vez incluindo mais freqüências agudas) e ouvir a sua voz, emitindo um “a”, se formando aos poucos.
6 – Faça o mesmo para o som “e”. Você saberia responder qual a diferença entre um som “a” e um som “e” emitidos em uma mesma nota (mesma freqüência básica)?
7 – Ouça o som proposto pelo professor, em que um cantor mantém a mesma freqüência básica, variando seus harmônicos.

terça-feira, 25 de agosto de 2015

Escritos sobre Música de Steve Reich

Segue o original em inglês do texto "Escritos sobre Música", Writings About Music, de S. Reich:


Na sequência há um texto dele sobre um dispositivo gerador de phase shifting (Phase Shifting Pulse Gate) e a obra Four Organs. É curioso observar dele e seus colaboradores com os aparelhos.